Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 20 de 47
Filter
1.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 29(3): e04432023, 2024.
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1534178

ABSTRACT

Resumo Este artigo é parte de uma pesquisa que buscou cartografar saberes e fazeres antirracistas em saúde mental por meio do acompanhamento das práticas de três coletivos de profissionais trabalhando na/com a rede de atenção psicossocial na cidade de São Paulo, o que possibilitou caracterizar suas estratégias de intervenção. Buscando contribuir para sua conceitualização, delineamos, por meio da revisão da literatura descolonial, três ideias-força que nos permitem dar corpo à descolonização da Reforma Psiquiátrica: o desnortear, que, em diálogo com Achille Mbembe e Frantz Fanon, nos convida à afirmação da loucura e da negritude - sem, no entanto, estabelecer fixações; o antimanicolonial, que se dá no fomento do exercício livre e contracultural de imaginar diásporas, em relação com as proposições de Édouard Glissant, Paul Gilroy e Lélia Gonzales quanto a uma (des)orientação atlântica na qual elementos da diáspora negra e da América Latina possam ressignificar negritude e desrazão; e o aquilombar, como práxis libertária que tem em sua gênese os quilombos como metáfora viva da radicalização das relações nas diferenças, a partir do quilombismo de Abdias do Nascimento, da quilombagem de Clóvis Moura, do (k)quilombo de Beatriz Nascimento e do devir quilomba de Mariléa de Almeida.


Abstract This article is part of a study aimed to map antiracist knowledge and practices in mental health by monitoring the practices of three collectives of professionals working in/with the psychosocial care network in the city of São Paulo, allowing us to characterize their intervention strategies. To contribute to the conceptualization of this article, through a review of the decolonial literature, three major ideas have been outlined that have allowed us to give substance to the decolonization of Psychiatric Reform: bewilderment, which, in dialogue with Achille Mbembe and Frantz Fanon, invites us to affirm madness and blackness without, however, establishing fixations; the antimanicolonial, which occurs in the promotion of the free and countercultural exercise of imagining diasporas, in light of that proposed by Édouard Glissant, Paul Gilroy, and Lélia Gonzales regarding an Atlantic (de)orientation in which elements of the black diaspora and Latin America can re-signify blackness and unreason; and aquilombar, as a liberatory praxis whose genesis lies in the quilombos as a living metaphor for the radicalisation of relationships in differences, based on Abdias do Nascimento's quilombismo, Clóvis Moura's quilombagem, Beatriz Nascimento's (k)quilombo, and Mariléa de Almeida's devir quilomba.

2.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 29(3): e16672023, 2024. tab
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1534184

ABSTRACT

Resumo Este estudo analisou a insegurança alimentar na comunidade quilombola Imbiral Cabeça-Branca, no Maranhão, durante a pandemia da COVID-19. Estudo transversal realizado no último trimestre de 2021, com 25 chefes de família da comunidade. A maioria dos participantes eram mulheres (52,0%), com baixa escolaridade, desempregados (68,0%), e 76,0% recebiam o Auxílio Emergencial federal. A densidade domiciliar média era de quatro pessoas, e as casas eram predominantemente de taipa, sem saneamento básico. A água consumida provinha de poços artesanais, e a maioria das casas tinha acesso à eletricidade. A insegurança alimentar foi identificada em todas as famílias, sendo 12,0% classificadas como Leve, 24,0% Moderada e 64,0% Grave. A forma Grave foi mais comum em lares chefiados por homens solteiros (75%), idosos, pessoas com baixa escolaridade (78,7%) e desempregados (64,7%). A insegurança alimentar na comunidade quilombola, assim como em outras comunidades similares no país, é resultado das condições precárias de vida, desemprego, privação de alimentos e falta de titulação de terras. Esses fatores também contribuem para a perpetuação do racismo institucional e ambiental enfrentado por essas comunidades.


Abstract This study examined food insecurity in the Quilombola community of Imbiral Cabeça-Branca, in Maranhão, Brazil, during the COVID-19 pandemic. A cross-sectional study was conducted in the last quarter of 2021 with 25 household heads from the community. Most participants were women (52.0%) with low schooling and were unemployed (68.0%), and 76.0% received a Federal Emergency Aid. The mean household density was four people, and houses were predominantly made of rammed earth, lacking basic sanitation. The consumed water came from artesian wells, and most houses had electricity. Food insecurity was identified in all households, with 12.0% classified as mild, 24.0% as moderate, and 64.0% as severe. The severe form was more common in households headed by single men (75%), older adults, less-educated individuals (78.7%), and the unemployed (64.7%). Food insecurity in the Quilombola community and other similar communities in the country results from substandard living conditions, unemployment, food deprivation, and lack of land titling. These factors also contribute to the perpetuation of institutional and environmental racism faced by these communities.

3.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 29(3): e05092023, 2024. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1534191

ABSTRACT

Resumo Propõe-se avaliar a incompletude e a tendência temporal do preenchimento do campo raça/cor das doenças e agravos mais prevalentes na população negra nos Sistemas de Informação em Saúde do Brasil, 2009-2018. Trata-se de estudo ecológico de tendência temporal e múltiplos grupos. Foi adotada a classificação de Romero e Cunha (2006) para análise da incompletude e utilizados dados secundários do Sistema Nacional de Agravos de Notificação, Sistema de Informações Hospitalares e Sistema de Informações sobre Mortalidade do Brasil e regiões brasileiras, calculada a proporção de subnotificação e a tendência temporal, utilizando o modelo de regressão linear simples, com correção Prais-Winsten (p-valor<0,05). Excetuando-se os registros de mortalidade por causas externas (excelente), tuberculose (bom) e mortalidade infantil (regular), todos os registros apresentaram escore ruim. Observou-se tendência decrescente da proporção de incompletude. A análise por região mostrou que as maiores médias de incompletude foram registradas na região Norte (30,5%), Nordeste (33,3%) e Centro-Oeste (33,0%). As regiões Sudeste e Nordeste foram as que mais apresentaram tendência decrescente. Os resultados visam ampliar a visibilidade acerca das implicações do preenchimento do campo raça/cor para a equidade em saúde.


Abstract This ecological study of time trends and multiple groups evaluated incompleteness in the race/colour field of Brazilian health information system records and the related time trend, 2009-2018, for the diseases and disorders most prevalent in the black population. The Romero and Cunha (2006) classification was applied in order to examine incompleteness using secondary data from Brazil's National Notifiable Diseases System, Hospital Information System and Mortality Information System, by administrative regions of Brazil, while percentage underreporting and time trend were calculated using simple linear regression models with Prais-Winsten correction (p-value<0.05). All records scored poorly except those for mortality from external causes (excellent), tuberculosis (good) and infant mortality (fair). An overall downward trend was observed in percentage incompleteness. Analysis by region found highest mean incompleteness in the North (30.5%), Northeast (33.3%) and Midwest (33.0%) regions. The Southeast and Northeast regions showed the strongest downward trends. The findings intended to increase visibility on the implications of the race/color field for health equity.

4.
Saúde Soc ; 33(1): e220754pt, 2024. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1536868

ABSTRACT

Resumo A saúde da população negra (SPN) pode ser compreendida simultaneamente como campo de estudos, de intervenção social e de domínio cultural. Essa complexa esfera de conhecimento e prática surgiu imbricada com demandas de movimentos sociais e de profissionais, sobretudo de mulheres negras, com a finalidade de enfrentar problemas concretos de saúde pública. Como campo de estudos, ainda é incipiente a produção científica no Brasil. Dado esse contexto, conduzimos esta investigação com o objetivo de demonstrar como tem se estruturado a produção sobre SPN no país nas últimas três décadas. Trata-se de uma revisão sistemática integrativa, que visa a síntese e a análise do conhecimento científico já produzido sobre esse tema. Selecionamos 400 trabalhos publicados entre 1998 e 2020 e analisamos a evolução do volume de produção, seus lócus (estados, instituições, áreas científicas e abrangência territorial), temáticas e metodologias, bem como alguns desses intercruzamentos. Como resultado, encontramos um aumento notório do volume de pesquisas mais recentemente, em um campo interdisciplinar e com maior diversidade temática em relação aos estudos pioneiros. Essa evolução pode apontar um processo de consolidação do campo de estudos sobre saúde e raça no Brasil, ainda que os sinais apresentados sejam ambíguos.


Abstract Black population health (BPH) can be understood, at the same time, as a field of study, of social intervention, and of cultural domain. This complex sphere of knowledge and practice emerged from the demands of social movements, especially those of black women, to face concrete public health problems. As a field of study, scientific production in Brazil is still incipient. Given this context, we conducted this investigation to demonstrate how the production on BPH has been structured in Brazil in the last three decades. This is an integrative systematic review that aims to synthesize and analyze the scientific knowledge already produced on this topic. We selected 400 works among articles, theses, and dissertations published between 1998 and 2020 and analyzed the evolution of the production volume, its locus (states, institutions, scientific areas, and territorial scope of the studies), themes and methodologies, as well as some of these intercrossing. As a result, we found a notable increase in the research volume in recent years, in an interdisciplinary field with wide thematic diversity in relation to pioneer studies. This evolution may point to a process of consolidation of the field of studies on health and race in Brazil, even if the signs presented are ambiguous.

6.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 28(9): 2511-2517, Sept. 2023.
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1505959

ABSTRACT

Resumo O presente ensaio tem o intuito de problematizar as iniquidades em saúde, a partir da análise da violência obstétrica direcionada às mulheres negras. Pressupomos que o racismo institucional é chave interpretativa importante para compreender a dinâmica de violências raciais. Adotamos como metodologia, para evidenciar o racismo enfrentado cotidianamente por mulheres negras nos serviços de saúde, a análise descritiva de duas reportagens publicadas no site do G1. Constatamos que o racismo é (re)produtor de negação de direitos, do não acesso aos serviços de saúde, da produção da morte e da não efetivação do Bem Viver para as famílias negras, e isso vem sendo colocado através da produção e reprodução do sofrimento, da violência e do racismo em suas mais diversas expressões. Nessa dinâmica, a efetivação da Política Nacional de Saúde Integral da população negra é mecanismo importante de enfrentamento ao racismo em saúde.


Abstract This essay debates health inequalities by analyzing obstetric violence directed at Black women. We assume that institutional racism is an important interpretive key to understanding the dynamics of racial violence. We adopted the descriptive analysis of two stories published on the G1 website as a methodology to highlight the racism faced daily by Black women in health services. We found that racism (re)produces the denial of rights, non-access to health services, production of death, and non-realization of Good Living for Black families, and this is evidenced by producing and reproducing suffering, violence, and racism in its most diverse expressions. In this dynamic, implementing the National Comprehensive Health Policy for the Black population is an important mechanism for confronting racism in health.

7.
Saúde Soc ; 32(2): e220263pt, 2023. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1450452

ABSTRACT

Resumo O objetivo deste artigo é analisar os determinantes sociais de saúde que incidem na vida das mulheres negras em acompanhamento biopsicossocial no Centro de Atenção Psicossocial (Caps), do tipo álcool e outras drogas (AD), em Caucaia, Ceará. Trata-se de um estudo qualitativo, com coleta de dados realizada através de entrevistas semiestruturadas e análise realizada por meio da análise de conteúdo de Bardin. Utilizou-se da pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Buscou-se identificar como se dá o acesso dessa população ao direito à saúde e analisar possíveis implicações de ser mulher negra e fazer uso de álcool e/ou outras drogas. Como resultado, foi possível perceber que esse grupo populacional tem maiores dificuldades para realizar o tratamento especializado, por conta do racismo institucional, por sofrerem uma forte pressão social para evitar o acompanhamento e ainda por serem as responsáveis, em sua maioria, pelos cuidados materno-familiares - tarefas domésticas, cuidar de filhos e companheiro(a).


Abstract The objective of this article is to analyze the social determinants of health that affect the lives of Black women undergoing biopsychosocial follow-up at Psychosocial Care Center (CAPS), of the Alcohol and Other Drugs (AD) type, in Caucaia, Ceará. This is a qualitative study, with data collection performed with semi-structured interviews and analysis performed with Bardin's content analysis. Bibliographic, documentary and field research were used. We sought to identify how this population accesses the right to health and analyze possible implications of being a Black woman and using alcohol and/or other drugs. As a result, it was possible to perceive that this population group has greater difficulties in carrying out specialized treatment, due to institutional racism, since they suffer strong social pressure to avoid follow-up and also since most are responsible for maternal-family care - household chores, caring for children and their partner.


Subject(s)
Mental Health Services , Psychotropic Drugs , Health of Ethnic Minorities
8.
Psicol. soc. (Online) ; 35: e277053, 2023.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1521419

ABSTRACT

Resumo Em 2020, recebíamos, no Brasil, a tradução do livro Écrits sur l´aliénation et la liberté de Frantz Fanon que, aliado a outras obras como Pele negra, máscaras brancas e Os condenados da terra, apresentava a sociogenia como condição imprescindível para compreensão das vidas negras em sua relação com o sofrimento físico e psíquico e a possibilidade de um fazer clínico que não se pautasse apenas na dimensão filogenética e ontogenética dos estados mentais e físicos. Partindo da sociogenia fanoniana como princípio e método, este artigo objetiva refletir sobre a possibilidade de construção de um processo de formação em Psicologia que tome a dimensão sociogênica como espaço vital para que o cuidado possa ser pensado em relação às comunidades negras nos diferentes contextos brasileiros. Defendemos a necessidade urgente de a formação e a práxis em Psicologia assumirem a discussão da sociogênese fanoniana como imprescindível.


Resumen En 2020 recibimos la traducción brasileña del libro Écrits sur l´aliénation et la liberté, de Frantz Fanon. Combinado con otras obras como Piel negra, máscaras blancas y Los condenados de la tierra, el libro presenta la sociogenia como condición esencial para comprender las vidas negras en su relación con el sufrimiento físico y psíquico y la posibilidad de una práctica clínica que no se basa únicamente en la dimensión filogenética y ontogenética de los estados físicos y mentales. A partir de la sociogenia fanoniana como principio y método, este artículo tiene como objetivo principal reflexionar sobre las posibilidades de construir un proceso de formación en Psicología que aborde la dimensión sociogénica como un espacio vital para pensar el cuidado en relación con las comunidades negras en diferentes contextos brasileños. Defendemos la urgente necesidad de formación y praxis en Psicología para asumir como imprescindible la discusión de la sociogénesis fanoniana.


Abstract In 2020, we received the Brazilian translation of the book Écrits sur l´aliénation et la liberté (Alienation and freedom), by Frantz Fanon. Combined with other works such as Black skin, white masks and The wretched of the earth, the book presents sociogeny as an essential condition for understanding black lives in their relationship with physical and psychological suffering and the possibility of a clinical practice that is not based solely on the phylogenetic and ontogenetic dimension mental and physical states. Starting from Fanonian sociogeny as a principle and method, this paper aims to reflect on the possibility of building a training process in Psychology that takes the sociogenic dimension as a vital space so that care can be thought of in relation to black communities in different Brazilian contexts. We defend the urgent need for training and praxis in Psychology to assume the discussion of Fanonian sociogenesis as essential.


Subject(s)
Psychology/education , Racial Groups/psychology , Racism/psychology , Health of Ethnic Minorities
9.
Acta Paul. Enferm. (Online) ; 36: eAPE03451, 2023. tab
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS, BDENF | ID: biblio-1419848

ABSTRACT

Resumo Objetivo Identificar a raça/cor autorreferida por mulheres com 60 dias de pós-parto; identificar a prevalência do indicativo de transtorno depressivo nessas mulheres e verificar a associação entre o indicativo de transtorno depressivo e o quesito raça/cor autorreferida. Métodos Estudo transversal desenvolvido em um município do interior paulista. Foram utilizados, para a coleta de dados, um instrumento com dados sociodemográficos e a Escala de Depressão Pós-Natal de Edimburgo. Os dados foram analisados utilizando-se o Statistical Package for Social Sciences, SPSS, versão 17.0. Resultados Participaram deste estudo 186 mulheres, 60,8% referiram ser da cor parda, 24,2% apresentaram indicativo de transtorno depressivo e, entre estas, 81,7% eram da raça negra. O indicativo de transtorno depressivo associou-se às variáveis: número de filhos (p=0,006), gestação planejada (p=0,04) e tipo de parto (p< 0,001). Conclusão Os resultados deste estudo contribuem para maior visibilidade da temática da saúde mental das mulheres, especificamente das mulheres negras, pois, mesmo que não tenha sido identificada associação significativa dentre aquelas que apresentaram indicativo de transtorno depressivo, a maioria era da raça negra.


Resumen Objetivo Identificar la raza/color autodeclarado por mujeres con 60 días de posparto, identificar la prevalencia de indicios de trastorno depresivo en esas mujeres y verificar la relación entre los indicios de trastorno depresivo y el ítem raza/color autodeclarado. Métodos Estudio transversal realizado en un municipio del interior paulista. Para la recopilación de datos, se utilizó un instrumento con datos sociodemográficos y la Escala de Depresión Posnatal de Edimburgo. Para analizar los datos se utilizó el Statistical Package for Social Sciences, SPSS, versión 17.0. Resultados Participaron en el estudio 186 mujeres, el 60,8 % declararon ser de color pardo, el 24,2 % presentó indicios de trastorno depresivo y, entre ellas, el 81,7 % era de raza negra. Los indicios de trastorno depresivo se relacionaron a las variables: número de hijos (p=0,006), embarazo planeado (p=0,04) y tipo de parto (p< 0,001). Conclusión Los resultados de este estudio contribuyen para una mayor visibilidad del tema de salud mental de las mujeres, específicamente de mujeres negras, ya que, aunque no se haya identificado una relación significativa entre las que presentaron indicios de trastorno depresivo, la mayoría era de raza negra.


Abstract Objective To identify the race/color self-reported by women 60 days postpartum; to identify the prevalence of signs of depressive disorder among these women and to verify the association between signs of depressive disorder and the self-reported race/color. Methods Cross-sectional study carried out in a noncapital city in the state of São Paulo. An instrument with sociodemographic data and the Edinburgh Postnatal Depression Scale were used for data collection. Data was analyzed using the Statistical Package for Social Sciences, SPSS, version 17.0. Results A total of 186 women participated in this study, 60.8% reported being brown, 24.2% had signs of depressive disorder and, among these, 81.7% were black. Signs of depressive disorder were associated with the variables: number of children (p=0.006), planned pregnancy (p=0.04) and type of delivery (p< 0.001). Conclusion The results of this study contribute to greater visibility of the issue of women's mental health, specifically of black women, because even though no significant association was identified among those who showed signs of depressive disorder, most were black.

10.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1417621

ABSTRACT

Objetivo: analisar as condições de saúde de mulheres idosas quilombolas residentes em uma cidade do interior do estado do Maranhão, Brasil. Método: Trata-se de um estudo transversal, de base domiciliar, realizado em 11 comunidades remanescentes de quilombolas no Município de Bequimão, Maranhão. Realizou-se o censo da população de idosos quilombolas, que foi representada por 132 mulheres idosas ≥60 anos. Os dados foram analisados no programa Stata® versão 14, com técnicas de estatística descritiva. Resultados: a mediana das idosas foi de 70 a 79 anos, (61,4%) se declarava na cor/raça preta; (32,6%) eram viúvas, 53,8% das mulheres não sabem ler e escrever. Quanto à situação de saúde, em relação às condições crônicas, 60,6% referiam acometimento por duas ou mais, 38,8% realizaram examepreventivo para câncer de colo doútero há pelo menos três anos. A maioria das idosas nunca realizou uma mamografia (67,2%) e nunca tinha sido submetida a um exame clínico das mamas (56,9%). Conclusão: A maioria das idosas quilombolas vivem em precária situação socioeconômica, sanitária e de saúde, entre eles, a prevalência de multimorbidade foi elevada. (AU)


Objective: to analyze the health conditions of elderly quilombola women living in a city in the interior of the state of Maranhão, Brazil. Method: This is a cross-sectional, household-based study conducted in 11 remaining quilombola communities in the Municipality of Bequimão, Maranhão. A census of the quilombola elderly population was carried out, which was represented by 132 elderly women ≥60 years of age. The data were analyzed in the Stata® version 14 program, with descriptive statistics techniques. Results: the median of the elderly women was 70 to 79 years old, (61.4%) declared themselves as black in color/race; (32.6%) were widows, 53.8% of the women cannot read and write. Regarding their health status, 60.6% reported having two or more chronic conditions, 38.8% had had a cervical cancer preventive exam at least 3 years ago. Most elderly women had never had a mammogram (67.2%) and had never been submitted to a clinical examination of the breasts (56.9%). Conclusion: Most elderly quilom-bola women live in precarious socioeconomic, sanitary, and health situations; among them, the prevalence of mul-ti-morbidity was high. (AU)


Subject(s)
Humans , Female , Aged , Health Profile , Women's Health , Multimorbidity , Quilombola Communities
11.
Enferm. foco (Brasília) ; 13: 1-8, dez. 2022. ilus, tab
Article in Portuguese | LILACS, BDENF | ID: biblio-1413769

ABSTRACT

Objetivo: Analisar o padrão de desempenho nas atividades de vida diária em idosos quilombolas maranhenses. Métodos: Estudo transversal, de base domiciliar. Realizado com 208 idosos ≥60 anos de idade, residentes em 11 comunidades remanescentes de Quilombolas no Município de Bequimão, Maranhão. Investigou-se a capacidade funcional para as Atividades Básicas da Vida Diária e Atividades Instrumentais da Vida Diária. Calcularam-se as prevalências e realizaram-se testes Qui-quadrado de Pearson ou Exact de Fisher para diferenças entre sexo e faixa etária. Resultados: A prevalência total de incapacidade funcional foi de 57,7%, sendo 14,4% nas atividades básicas e 56,3% para as atividades instrumentais. A incapacidade para as atividades da vida diária foi maior nas mulheres e aumentou com a idade. As atividades instrumentais variaram de 18,3% (tomar medicamentos) a 43,3% (ir ao médico). Já para as atividades básicas, comer sozinho foi a menor (3,9%) e vestir-se a maior (9,6%). Diferiu estatisticamente a prevalência do acúmulo de incapacidades por sexo e idade, sendo maior número de incapacidades entre os idosos mais velhos. Conclusão: Observou-se elevada prevalência de incapacidade funcional e dependência nas atividades da vida diária. As atividades instrumentais foram as mais comprometidas e as mulheres e os idosos mais velhos foram os mais dependentes. (AU)


Objective: To analyze the pattern of performance in activities of daily living in elderly quilombolas from Maranhão. Methods: Cross-sectional, household-based study. Carried out with 208 elderly people ≥60 years of age, residing in 11 remaining communities of Quilombolas in the Municipality of Bequimão, Maranhão. Functional capacity for Basic Activities of Daily Living and Instrumental Activities of Daily Living was investigated. Prevalences were calculated and Pearson's Chisquare or Fisher's Exact tests were performed for differences between sex and age group. Results: The total prevalence of functional disability was 57.7%, with 14.4% in basic activities and 56.3% in instrumental activities. Inability to perform activities of daily living was greater in women and increased with age. The instrumental activities ranged from 18.3% (taking medication) to 43.3% (going to the doctor). As for basic activities, eating alone was the lowest (3.9%) and dressing the highest (9.6%). The prevalence of the accumulation of disabilities by sex and age was statistically different, with a greater number of disabilities among the older elderly. Conclusion: There was a high prevalence of functional disability and dependence on activities of daily living. Instrumental activities were the most compromised and women and the oldest elderly are the most dependent. (AU)


Objetivo: Analizar el patrón de desempeño em lãs actividades de la vida diária en quilombolas ancianos de Maranhão. Métodos: Estudio transversal de hogares. Realizado con 208 ancianos ≥ 60 años, residentes en 11 comunidades restantes de Quilombolas em el Municipio de Bequimão, Maranhão. Se investigo la capacidad funcional para lãs actividades básicas de la vida diaria y las atividades instrumentales de la vida diaria. Se calcularon las prevalencias y se realizaron las pruebas de Chi-cuadrado de Pearson o Exacto de Fisher para las diferencias entre sexo y grupo de edad. Resultados: La prevalencia total de discapacidad funcional fue de 57,7%, con 14,4% en actividades básicas y 56,3% en atividades instrumentales. La incapacidad para realizar las actividades de la vida diária fue mayor em las mujeres y aumento com la edad. Las actividades instrumentales oscilaron entre el 18,3% (toma de medicación) y el 43,3% (acudir al médico). Encuanto a las actividades básicas, comer solo fue el más bajo (3,9%) y vestirse el más alto (9,6%). La prevalencia de acumulación de discapacidades por sexo y edad fue estadísticamente diferente, com um mayor número de discapacidades entre losancianos. Conclusión: Hubo una alta prevalencia de discapacidad funcional y dependencia de las actividades de la vida diaria. Las atividades instrumentales fue ronlas más comprometidas y lasmujeres y losancianos mayores sonlos más dependientes. (AU)


Subject(s)
Humans , Male , Female , Middle Aged , Aged , Aged, 80 and over , Aged , Activities of Daily Living , Frail Elderly/statistics & numerical data , Brazil , Sex Factors , Cross-Sectional Studies , Health Surveys , Black People , Health of Ethnic Minorities , Quilombola Communities
12.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 27(10): 3861-3870, out. 2022.
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1404124

ABSTRACT

Resumo O racismo institucional impera nos serviços de saúde no Brasil, fundados em relações concretas de poder que subjugam, dominam e excluem negros/as do adequado acesso aos serviços e instituições de saúde. Este ensaio crítico analisa a importância da ampliação do debate e da produção do conhecimento sobre a saúde da população negra (SPN), focando dois pontos: o papel da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e a importância da inserção do quesito cor nos sistemas de informação em saúde; e a necessidade de um processo de formação permanente dos/as profissionais, inserindo conteúdos relacionados à compreensão do racismo como um dos elementos de determinação social de saúde/doença e seus efeitos. Para demonstrar como o racismo estrutural e institucional tem afetado a população negra, trazemos também exemplos das populações quilombolas no contexto da pandemia de COVID-19 no país a partir de 2020. Conclui-se que a promoção do cuidado, a redução das iniquidades e a qualidade da atenção à saúde precisam passar por mudanças em várias dimensões, como o fortalecimento do SUS e o combate cotidiano ao racismo estrutural e institucional.


Abstract Institutional racism is prevalent in the health services in Brazil and is based on concrete power relations that subjugate, dominate and exclude blacks from having adequate access to health care and health institutions. This critical essay analyzes the importance of expanding the debate, and the production of knowledge about the health of the black population (HBP), focusing on two points: the role of the National Policy for the Integral Health of the Black Population (PNSIPN) and the importance of including the skin color item in the health information systems; and the need for a process of permanent training of professionals, including contents related to the understanding of racism as an element of the social determination of health/disease and heir effects. To demonstrate how structural and institutional racism have affected the black population, we bring also examples of the quilombola populations in the context of the Covid-19 pandemic in the country since 2020. It is concluded that the promotion of care, the reduction of inequities and the quality of health care need to undergo changes in several dimensions, such as the strengthening of the SUS, the daily fight against structural and institutional racism, among others.

13.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 27(10): 3871-3880, out. 2022. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1404143

ABSTRACT

Resumo Após 13 anos da publicação da Política Nacional da Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), o preenchimento do quesito raça/cor na identificação de pacientes permanece um desafio. Autores têm se debruçado sobre a necessidade de integrar os conhecimentos da ciência da implementação às políticas públicas. O objetivo deste artigo é descrever e analisar a implementação da coleta do quesito raça/cor feito pelos profissionais responsáveis pelo registro dos pacientes num hospital universitário do município de São Paulo. Estudo exploratório e descritivo, estruturado a partir de três constructos do Consolidated Framework for Implementation Research (CFIR): intervenção, cenário interno e características dos indivíduos. Resultados: a maioria dos registros do quesito raça/cor na instituição observada é feita por heteroidentificação. A partir dos constructos do CFIR, são identificados aspectos apontados como obstáculos ou facilitadores. A implementação da coleta do quesito raça/cor por autodeclaração, como previsto na PNSIPN e na Portaria 344/2017, ainda é incipiente e depende de mudanças, sobretudo organizacionais, que favoreçam sua efetivação.


Abstract Thirteen years after the publication of the National Policy for the Comprehensive Health of the Black Population (PNSIPN, Política Nacional da Saúde Integral da População Negra), filling out the race/skin color question in the patient identification form remains a challenge. Authors have focused on the need to integrate knowledge from the science of implementation into public policies. The aim of this article is to describe and analyze the implementation of the collection of the race/skin color item carried out by the professionals responsible for the registration of patients at a university hospital in the city of São Paulo. This was an exploratory and descriptive study, structured from three constructs of the Consolidated Framework for Implementation Research (CFIR): intervention, internal scenario and characteristics of individuals. Most records of race/skin color in the observed institution are made by heteroidentification. Based on the CFIR constructs, aspects identified as obstacles and facilitators are identified. The implementation of the collection of the race/skin color item by self-declaration, as provided for in the PNSIPN and in Ordinance n. 344/2017, is still incipient and depends mainly on organizational changes, which can favor its effectiveness.

14.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 27(10): 3881-3890, out. 2022. tab
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1404148

ABSTRACT

Resumo Esta investigação teve como objetivo caracterizar as mulheres que realizaram o pré-natal no Brasil segundo raça/cor e variáveis sociodemográficas e verificar associação entre os indicadores de processo do cuidado no pré-natal e a raça/cor das mulheres. Estudo transversal de base populacional empreendido com dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. Realizou-se análise bivariada mediante modelo de regressão logística multinível, estimando-se as odds ratio para medir a associação entre os indicadores de processo do cuidado pré-natal adequado e raça/cor das mulheres e verificando os respectivos intervalos de confiança de 95%. Os achados evidenciaram que mulheres negras possuem menor chance de iniciar o pré-natal antes das 12 semanas de gestação, ter seis ou mais consultas, realizar teste de HIV, exame VDRL e receber orientações referentes aos cuidados na gestação e parto. Identificamos desigualdades na atenção à saúde das mulheres brasileiras atendidas no pré-natal relacionadas à raça/cor e a outras características sociodemográficas. Conclui-se que ser negra e ocupar lugares sociais desfavoráveis acarretam desvantagens para as mulheres quanto ao acesso a um pré-natal considerado adequado segundo os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde do Brasil.


Abstract The study aimed to characterize women that attended prenatal care in Brazil according to ethnicity/skin color and sociodemographic variables and to verify the association between the indicators of the prenatal care process and the women's ethnicity/skin color. This was a population based, cross-sectional study carried out with data from the National Health Survey of 2013. A bivariate analysis was performed using the multilevel logistic regression model, estimating the odds ratio and the respective 95% confidence intervals to test the association between the indicators of the adequate prenatal care process and the women's ethnicity/skin color. The findings showed that black women have a lower chance of starting prenatal care before 12 weeks of gestation, having 6 or more consultations, performing the HIV test, performing the VDRL exam or receiving advice related to care during gestation and childbirth. Inequalities were identified in the healthcare of Brazilian women during prenatal care, related to ethnicity/skin color and other sociodemographic characteristics. It was concluded that being of black ethnicity and living in a socially disadvantaged area entails disadvantages for women regarding access to a prenatal care considered to be adequate according to the criteria established by the Brazilian Ministry of Health.

15.
Trab. Educ. Saúde (Online) ; 20: e00746193, 2022. tab
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1410268

ABSTRACT

Resumo Este artigo objetiva analisar a inserção do tema Saúde da População Negra na formação dos profissionais de saúde nos cursos de Saúde Coletiva, Enfermagem e Medicina de uma universidade pública brasileira. A pesquisa é resultado de uma dissertação de mestrado de natureza qualitativa do tipo pesquisa-intervenção, adotando como fundamentação teórica a epistemologia feminista negra e a perspectiva negra da decolonialidade. Foram realizadas oficinas, entre os anos de 2019 e 2020, com membros dos Núcleos Docentes Estruturantes de Saúde Coletiva, Enfermagem e Medicina. A despeito das diretrizes do marco legal sobre o ensino das relações étnico-raciais, constatou-se a incipiência sobre o tema Saúde da População Negra na formação dos cursos analisados, a ausência de docentes negros nesses espaços e a presença de uma branquitude docente guardiã de privilégios. Os resultados e a discussão apresentados possibilitaram depreender que é por meio dos movimentos e pensamentos emancipatórios nos campos político, cultural, pedagógico e epistemológico que se faz possível tensionar rupturas nas relações de poder e nas estruturas do Estado.


Abstract This paper aims to analyze the implementation of black people health in the undergraduate courses of Public Health, Nursing, and Medicine at a public Brazilian university. The theoretical foundation consists of a qualitative intervention-research study, based on Black Feminist Epistemology and Black Perspective of Decoloniality. Two workshops were held with the members of the Structural Teaching Nuclei of those courses in 2019 and 2020. Despite the guidelines of the legal framework on the teaching of ethnic-racial relations, it was possible to observe the incipience of training, the absence of black professors in these spaces and the presence of a faculty's whiteness that perpetuates privileges. From the results and discussion presented, it appears that it is through emancipatory movements and thoughts in the political, cultural, pedagogical and epistemological fields that it is possible to intend ruptures in power relations and in the structures of the State.


Resumen Este artículo tiene como objetivo analizar la inserción del tema Salud de la Población Negra en la formación de los profesionales de salud en los cursos de Salud Colectiva, Enfermería y Medicina de una universidad pública brasileña. La investigación es el resultado de una disertación de maestría de naturaleza cualitativa del tipo investigación-intervención, adoptando como fundamentación teórica la epistemología feminista negra y la perspectiva negra de la decolonialidad. Los talleres se realizaron entre 2019 y 2020, con integrantes de los Núcleos Docentes Estructurantes de Salud Colectiva, Enfermería y Medicina. A pesar de los lineamientos del marco legal sobre la enseñanza de las relaciones étnico-raciales, se dió cuenta de la falta de conocimiento sobre el tema de la Salud de la Población Negra en la formación de los cursos analizados, la ausencia de profesores negros en estos espacios y la presencia de un blanqueamiento docente guardián de privilegios. Los resultados y la discusión presentados permitieron inferir que es a través de movimientos y pensamientos emancipatorios en los campos político, cultural, pedagógico y epistemológico que es posible tensionar rupturas en las relaciones de poder y en las estructuras del Estado.


Subject(s)
Humans , Universities
16.
Rev. bras. educ. méd ; 46(4): e133, 2022. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1407390

ABSTRACT

Resumo: Introdução: Embora a educação médica esteja pautada, hegemonicamente, por princípios universalistas e igualitários, este artigo pretende tensionar tais concepções ao considerar a heterogeneidade e a multiplicidade imbricadas no saber-fazer médico ante as determinações históricas, sociais e locorregionais de saúde. Para compreender a medicina nesse panorama complexo, é preciso que a produção de conhecimento, desde a construção de projetos pedagógicos e currículos de graduação, privilegie a equidade em saúde, abrangendo, sobretudo, o cuidado destinado às minorias sociais. Nesse substrato, encontra-se a população negra, coletivo majoritário no Brasil, principalmente na Região Nordeste, que enfrenta diversas fragilidades no alcance de uma atenção à saúde integral. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar os projetos pedagógicos dos cursos (PPC) de graduação em Medicina, do Nordeste brasileiro, e suas interfaces com conteúdos que contribuam para a formação médica no enfrentamento das iniquidades da saúde da população negra. Método: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e transversal, com análise de 23 PPC de graduação em Medicina de 13 universidades públicas federais da Região Nordeste. Realizou-se também a correlação dos dados com achados científicos e referenciais teóricos que abordam a temática de saúde da população negra e formação médica. Resultado: Identificou-se a presença de disciplinas obrigatórias e optativas sobre a contextualização de raça na saúde em seus aspectos essenciais, o que permite proporcionar aos estudantes de Medicina a compreensão histórica e sociocultural da negritude. Entretanto, é imperioso enfatizar o déficit na abordagem prática com escassez de temas transversais, propostas de internato ou estágio e fomento de programas de extensão, bem como de políticas institucionais de incentivo ao assunto, o que sinaliza o pouco valor atribuído ao campo da experiência para a compreensão da saúde racializada e fortalece o esvaziamento de práticas específicas à saúde da população negra, diminuindo a capacidade médica de interpretar situações, práticas e condutas de maneira efetiva. Conclusão: Este artigo evidencia, portanto, que o fomento de uma educação médica antirracista exige uma formação pautada na práxis dialógica, humanista e crítico-reflexiva da saúde da população negra, sendo necessário correlacionar teorias com habilidades, competências e atitudes assistenciais pautadas no conhecimento racializado para a construção de PCC dos cursos de Medicina.


Abstract: Introduction: The hegemony of medical education is based on so-called universalistic and egalitarian principles. This paper questions such principles, considering the heterogeneity and multiplicity imbricated in medical know-how in light of historical, social and loco-regional health conditions. To understand medical knowledge in that complex panorama, the production of knowledge must privilege equity in health in the development of pedagogical projects and undergraduate curricula. Do these projects and curricula deal with care for social minorities properly? In Brazil, black people constitute the main social group affected by that social reality. In the Northeast region of the country, that population usually faces several difficulties to access proper medical care. Objective: This paper aims to analyze the pedagogical projects of undergraduate medical programs in the Northeast of Brazil and their interfaces with contents that contribute to medical training to address the health inequities of the black population. Methodology: This is an exploratory, descriptive and cross-sectional study. It analyzes 23 pedagogical projects from 13 federal public undergraduate medical programs at universities in the Brazilian Northeast. Data were correlated with scientific findings and theoretical references that address the health of black people and medical education. Results: The studied programs contain compulsory and optional courses which contextualize social race in health. They present a historical and sociocultural understanding of blackness to medical students. However, in a practical sense there are several gaps, including a lack of cross-sectional approaches, of proposals for internships and limited promotion of community outreach programs and institutional policies to encourage racial issues. This reveals the little value ascribed to the field of experience for understanding racialized health, and shows a lack of specific practices for the health of the black population, reducing medical capacity to interpret situations, practices and behaviors in racialized contexts. Conclusion: This paper shows that the promotion of an antiracist medical education requires a training based on dialogical, humanistic, critical-reflexive praxis regarding the health of the black population. It is necessary to correlate theories and skills, competencies and care practices, based on racialized knowledge for the construction of pedagogical projects for undergraduate medical programs in the Brazilian Northeast.

17.
Rev. bras. educ. méd ; 46(3): e133, 2022. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1423131

ABSTRACT

Resumo: Introdução: Embora a educação médica esteja pautada, hegemonicamente, por princípios universalistas e igualitários, este artigo pretende tensionar tais concepções ao considerar a heterogeneidade e a multiplicidade imbricadas no saber-fazer médico ante as determinações históricas, sociais e locorregionais de saúde. Para compreender a medicina nesse panorama complexo, é preciso que a produção de conhecimento, desde a construção de projetos pedagógicos e currículos de graduação, privilegie a equidade em saúde, abrangendo, sobretudo, o cuidado destinado às minorias sociais. Nesse substrato, encontra-se a população negra, coletivo majoritário no Brasil, principalmente na Região Nordeste, que enfrenta diversas fragilidades no alcance de uma atenção à saúde integral. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar os projetos pedagógicos dos cursos (PPC) de graduação em Medicina, do Nordeste brasileiro, e suas interfaces com conteúdos que contribuam para a formação médica no enfrentamento das iniquidades da saúde da população negra. Método: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e transversal, com análise de 23 PPC de graduação em Medicina de 13 universidades públicas federais da Região Nordeste. Realizou-se também a correlação dos dados com achados científicos e referenciais teóricos que abordam a temática de saúde da população negra e formação médica. Resultado: Identificou-se a presença de disciplinas obrigatórias e optativas sobre a contextualização de raça na saúde em seus aspectos essenciais, o que permite proporcionar aos estudantes de Medicina a compreensão histórica e sociocultural da negritude. Entretanto, é imperioso enfatizar o déficit na abordagem prática com escassez de temas transversais, propostas de internato ou estágio e fomento de programas de extensão, bem como de políticas institucionais de incentivo ao assunto, o que sinaliza o pouco valor atribuído ao campo da experiência para a compreensão da saúde racializada e fortalece o esvaziamento de práticas específicas à saúde da população negra, diminuindo a capacidade médica de interpretar situações, práticas e condutas de maneira efetiva. Conclusão: Este artigo evidencia, portanto, que o fomento de uma educação médica antirracista exige uma formação pautada na práxis dialógica, humanista e crítico-reflexiva da saúde da população negra, sendo necessário correlacionar teorias com habilidades, competências e atitudes assistenciais pautadas no conhecimento racializado para a construção de PCC dos cursos de Medicina.


Abstract: Introduction: The hegemony of medical education is based on so-called universalistic and egalitarian principles. This paper questions such principles, considering the heterogeneity and multiplicity imbricated in medical know-how in light of historical, social and loco-regional health conditions. To understand medical knowledge in that complex panorama, the production of knowledge must privilege equity in health in the development of pedagogical projects and undergraduate curricula. Do these projects and curricula deal with care for social minorities properly? In Brazil, black people constitute the main social group affected by that social reality. In the Northeast region of the country, that population usually faces several difficulties to access proper medical care. Objective: This paper aims to analyze the pedagogical projects of undergraduate medical programs in the Northeast of Brazil and their interfaces with contents that contribute to medical training to address the health inequities of the black population. Methodology: This is an exploratory, descriptive and cross-sectional study. It analyzes 23 pedagogical projects from 13 federal public undergraduate medical programs at universities in the Brazilian Northeast. Data were correlated with scientific findings and theoretical references that address the health of black people and medical education. Results: The studied programs contain compulsory and optional courses which contextualize social race in health. They present a historical and sociocultural understanding of blackness to medical students. However, in a practical sense there are several gaps, including a lack of cross-sectional approaches, of proposals for internships and limited promotion of community outreach programs and institutional policies to encourage racial issues. This reveals the little value ascribed to the field of experience for understanding racialized health, and shows a lack of specific practices for the health of the black population, reducing medical capacity to interpret situations, practices and behaviors in racialized contexts. Conclusion: This paper shows that the promotion of an antiracist medical education requires a training based on dialogical, humanistic, critical-reflexive praxis regarding the health of the black population. It is necessary to correlate theories and skills, competencies and care practices, based on racialized knowledge for the construction of pedagogical projects for undergraduate medical programs in the Brazilian Northeast.

18.
Trab. Educ. Saúde (Online) ; 20: e00421184, 2022.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1390502

ABSTRACT

Resumo O Brasil sofre os efeitos do racismo científico, do mito da democracia racial e da política de embranquecimento. Em 2019, 28% dos/as estudantes egressos/as de cursos de Medicina no Brasil eram negros/as. Com os objetivos de desvelar as formas de manifestação do racismo na graduação de Medicina e compreender como estudantes negros/as enfrentam o racismo, conduzimos uma pesquisa exploratória e qualitativa, segundo o método de Minayo, por meio de entrevistas semiestruturadas on line e auxílio do software ATLAS.ti9®. Com um referencial teórico-crítico, percebemos que as dimensões do racismo internalizado, interpessoal e institucional se sobrepõem, evidenciando seu caráter estrutural, atrelado ao desenvolvimento histórico-econômico de nosso país. A crença de inferioridade dos/as estudantes negros/as é reforçada em nível interpessoal nos olhares, piadas ou comentários sobre o cabelo. Em nível institucional, nega-se a necessidade do estudo da saúde da população negra, enquanto a baixa representatividade no corpo docente e discente não é percebida como expressão do racismo. A identificação racial, a organização em coletivos e a existência de amparos legais são fundamentais, mas o efetivo enfrentamento do racismo na escola médica requer a crítica ao sistema econômico que sistematicamente privilegia pessoas brancas.


Abstract Brazil suffers from the effects of scientific racism, the myth of racial democracy and whitening policy. In 2019, 28% of students graduating from Medicine courses in Brazil were Black. With the objectives of revealing the forms of manifestation of racism in medical graduation and understanding how Black students face racism, we conducted an exploratory and qualitative research, according to Minayo's method, through semi-structured online interviews and analysis were carried out in ATLAS.ti9® software. With a theoretical-critical framework, we realize that the dimensions of internalized, interpersonal and institutional racism overlap, evidencing its structural character, linked to the historical-economic development of our country. Black students' belief of inferiority is reinforced at an interpersonal level in looks, jokes or comments about their hair. At an institutional level, the need to study the health of the Black population is denied, while the low representation in the faculty and students is not perceived as an expression of racism. Racial identification, organization in collectives and the existence of legal protections are fundamental, but the effective confrontation of racism in medical schools requires a critique of the economic system that systematically privileges White people.


Resumen Brasil sufre los efectos del racismo científico, del mito de la democracia racial y de la política del blanqueamiento. En 2019, el 28% de los/las estudiantes que se graduaron en cursos de Medicina en Brasil eran negros/as. Con los objetivos de develar las formas de manifestación del racismo en la graduación de Medicina y comprender cómo los/las estudiantes negros/as enfrentan el racismo, conducimos una investigación exploratoria y cualitativa, según el método de Minayo, a través de entrevistas semiestructuradas online y con la ayuda del software ATLAS.ti9®. Con un marco teórico-crítico, percibimos que las dimensiones del racismo internalizado, interpersonal e institucional se superponen, evidenciando su carácter estructural, ligado al desarrollo histórico-económico de nuestro país. La creencia de inferioridad de los/las estudiantes negros/as se refuerza a nivel interpersonal en miradas, bromas o comentarios sobre el cabello. A nivel institucional se niega la necesidad de estudiar la salud de la población negra, mientras que la baja representación en el cuerpo docente y discente no es percibida como una expresión de racismo. La identificación racial, la organización en colectivos y la existencia de respaldo legal son fundamentales, pero enfrentar efectivamente el racismo en las facultades de medicina requiere una crítica al sistema económico que sistemáticamente privilegia a los blancos.


Subject(s)
Education, Medical , Race Relations , Social Discrimination
19.
Rev. baiana saúde pública ; 45(2, n.esp): 55-69, 10 out. 20211.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1342812

ABSTRACT

O estudo tem como objetivo evidenciar a necessidade de construção de propostas educativas que discutam o lugar do negro na sociedade brasileira e sua relação intrínseca com as determinações sociais de saúde, no contexto da pandemia da Covid-19. Trata-se de um relato de experiência da primeira turma do Curso de Atualização em Cuidado à Saúde da População Negra, desenvolvido pela Escola de Saúde Pública da Bahia Professor Jorge Novis (ESPBA), em parceria com a Diretoria de Gestão do Cuidado (DGC). O referido curso nasceu da necessidade de investir na implementação da política voltada para esse segmento social. No processo de estruturação do curso, foram realizadas reuniões com atores sociais relevantes, potenciais docentes, escolhidos pela aproximação com a temática e experiência com movimentos e causas sociais. No âmbito do SUS, as Escolas de Governo são responsáveis pelos processos formativos dos trabalhadores da saúde, sob a perspectiva da educação permanente. A inserção da temática da saúde da população negra nos currículos trabalhados se tornou imagem-objetivo a ser alcançada pela instituição, não apenas a partir dos cursos desenvolvidos, mas também com a realização de um estudo piloto para enfrentamento da Covid-19 em comunidades quilombolas do estado. Reconhecendo o racismo como um dos determinantes sociais do processo de adoecimento e morte, defende-se que gestores e profissionais de saúde tenham acesso a ações educativas que oportunizem a reflexão sobre os processos sócio-históricos de construção da nossa sociedade, ampliem o conhecimento sobre a saúde da população negra e a importância do preenchimento do quesito raça/cor em todos os protocolos da rede SUS.


The study aims to emphasize the need to build educational proposals that discuss the place of blacks in Brazilian society and their intrinsic relationship with social determinations of health, in the context of the pandemic of Covid-19. This is an experience report of the first class of the Course on Updating Health Care for the Black Population, developed by Escola de Saúde Pública da Bahia Professor Jorge Novis (ESPBA), in partnership with the Department of Care Management (DGC). This course arises from the need to invest in the implementation of the policy aimed at this social segment. In the process of structuring the course, meetings were held with relevant social actors, potential teachers, chosen by the approach to the theme and experience with social movements and causes. Within the scope of the Unified Health System, the Schools of Government are responsible for the training processes of health workers, from the perspective of Permanent Education. The insertion of the theme of health of the black population in the curricula worked became an objective image to be achieved by the institution, not only from the courses developed, but also with the realization of a pilot study to confront Covid-19 in quilombola communities of the state. Recognizing racism as one of the social determinants of the process of illness and death, the article argues that managers and health professionals have access to educational actions that enable them to reflect on the socio-historical processes of building our society, expand knowledge about the health of the black population and the importance of filling the question race/color in all protocols of the Unified Health System Network.


Este estudio propone identificar la necesidad de construir propuestas educativas que discutan el lugar de los negros en la sociedad brasileña y su relación intrínseca con las determinaciones sociales de la salud, en el contexto de la pandemia de covid-19. Este es un relato de experiencia de la primera clase del Curso de Actualización de la Atención de Salud para la Población Negra, desarrollado por la Escola de Saúde Pública da Bahia Professor Jorge Novis (ESPBA) en colaboración con la Dirección de Gestión de la Atención (DGC). Este curso surge de la necesidad de invertir en la implementación de políticas dirigidas a este segmento social. En el proceso de estructuración del curso, se realizaron encuentros con actores sociales relevantes, potenciales docentes, elegidos por acercarse al abordaje del tema y por la experiencia con los movimientos y causas sociales. En el ámbito del SUS, las Escuelas de Gobierno son las responsables de los procesos de formación de los trabajadores de la salud, desde la perspectiva de la educación permanente. La inserción del tema salud de la población negra en los planes de estudio trabajados se convirtió en una imagen objetivo a alcanzar por la institución no solo a partir de los cursos desarrollados, sino también con la realización de un estudio piloto para enfrentar el covid-19 en comunidades quilombolas del estado. Al reconocer el racismo como uno de los determinantes sociales del proceso de enfermedad y muerte, se propugna que los gestores y profesionales de la salud tengan acceso a acciones educativas que les permitan reflexionar sobre los procesos sociohistóricos de construcción de nuestra sociedad, para ampliar el conocimiento sobre la salud de la población negra y la importancia de llenar la pregunta raza/color en todos los protocolos de la Red SUS.


Subject(s)
Humans , Unified Health System , Black People , Education, Continuing , Social Determinants of Health , COVID-19
20.
Rev. baiana saúde pública ; 45(1): 54-75, 20210101.
Article in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1369679

ABSTRACT

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) representam o conjunto de doenças com maior carga de morbimortalidade no Brasil. Essas doenças têm maior impacto biopsicossocial em populações mais vulnerabilizadas em suas condições de vida e saúde. Objetiva-se analisar os fatores associados a DCNT mais prevalentes em quilombolas do semiárido baiano em 2016. Trata-se de um estudo transversal, realizado com 864 quilombolas, com idade maior ou igual a 18 anos, residentes na zona rural de Feira de Santana (BA). Os dados foram obtidos de um instrumento validado, contendo perguntas sobre condições socioeconômicas, demográficas, ambientais, de saúde, doenças e agravos. Foi ajustado o modelo de Poisson, hierarquizado para identificar os fatores associados às DCNT; dessas, as mais prevalentes foram: hipertensão arterial (22,3%), doenças cardíacas (5,9%), doenças do aparelho circulatório (7,5%) e diabetes (7,8%). Os fatores associados significativamente às DCNT no modelo hierarquizado foram: faixa etária de cinquenta anos ou mais (IC: 2,6 ­ 8,1); quantidade de cômodos da casa (IC: 0,7 ­ 0,9); não uso de medicamento (IC: 5,5 ­ 13,2); e não procura pelo serviço de saúde (IC: 0,7 ­ 0,9). Conclui-se que, embora os quilombolas apresentem fatores associados às DCNT similares aos observados na população geral, a magnitude dessas doenças nessa população apresenta maior potencial de impacto negativo na qualidade de vida desses sujeitos.


Chronic Noncommunicable Diseases (NCDs) represent a set of health diseases with great burden of morbidity and mortality in Brazil, which have a major biopsychosocial impact in the lives and health conditions of those most vulnerable. As such, this research sought to analyze the most prevalent factors associated with NCDs in quilombolas residing in Bahia's semiarid region. This cross-sectional study was carried out in 2016 with 864 quilombolas, wirh 18 years of age or older, living in the rural area of Feira de Santana, Bahia, Brazil. Data was collected using a validated instrument with questions about socioeconomic, demographic, environmental, and health conditions, diseases, and injuries. A hierarchical Poisson model was adjusted to identify the factors associated with NCDs. Of these, hypertension (22.3%), heart diseases (5.9%), circulatory system diseases (7.5%), and diabetes (7.8%) were the most prevalent. Being 50 years old or older (CI: 2.6 ­ 8.1), number of rooms in the house (CI: 0.7 ­ 0.9), not using medication (CI: 5.5 ­ 13.2), not looking for health services (CI: 0.7 ­ 0.9) were the factors significantly associated with the outcomes. In conclusion, although quilombolas present factors associated with NCDs similar to those observed in the general population, their magnitude has a greater potential to negatively impact the quality of life of these subjects.


Las enfermedades crónicas no transmisibles (ENT) representan un conjunto de enfermedades de salud con mayor morbimortalidad en Brasil. Estas enfermedades tienen un mayor impacto biopsicosocial en grupos más vulnerables en sus condiciones de vida y salud. El objetivo de este trabajo es analizar los factores asociados a las ENT más prevalentes en los grupos quilombolas de la región semiárida de Bahía (Brasil). Se trata de un estudio transversal, realizado con 864 quilombolas, mayor o igual a los 18 años, residentes en el área rural de Feira de Santana, en Bahía. Los datos se obtuvieron de un instrumento validado, que contenía preguntas sobre condiciones socioeconómicas, demográficas, ambientales, de salud y enfermedades. Se utilizó el modelo jerárquico de Poisson para identificar los factores asociados a las ENT, siendo los más prevalentes: hipertensión arterial (22,3%), enfermedades cardiacas (5,9%), enfermedades del sistema circulatorio (7,5%) y diabetes (7,8%). Los factores asociados a las ENT en el modelo jerárquico fueron: grupo de edad de 50 años o más (IC: 2,6 ­ 8,1); número de habitaciones de la casa (IC: 0,7 ­ 0,9); no usar medicaciones (IC: 5,5 ­ 13,2) o buscar el servicio de salud (IC: 0,7 ­ 0,9). Se concluye que, aunque los quilombolas presentan factores asociados a las ENT similares a los observados en la población general, parece que la enfermedad en esta población presenta mayor potencial de impacto negativo sobre su calidad de vida.


Subject(s)
Quality of Life , Ethnicity , Communicable Diseases , Risk Factors , Population Health
SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL